Os profissionais que trabalham com a infância precisam estar atentos e atualizados em suas práticas cotidianas. O tema da violência sexual não deve ser desprezado em seus estudos, visto que na contemporaneidade a visibilidade de tal fenômeno se apresenta mediante a fala das crianças violadas em sua intimidade, em sua emotividade, em sua sexualidade.
Não há como negar que mesmo diante de certa evolução dos adultos em dar credibilidade ao discurso das vítimas infantis, ainda não reconhecemos que, muitas vezes, os procedimentos de acolhimento e de escuta são o que levam aos equívocos e às confusões na interpretação do que é revelado por elas.
Este livro descortina os aspectos que dificultam a interlocução entre a criança vitimizada e o adulto que acolhe sua queixa, oferecendo estratégias para desenvolver a habilidade na escuta jurídica e psicológica das vítimas. Mesmo diante do impacto dos crimes sexuais divulgados diariamente pela mídia e com a maior severidade das normativas jurídicas, eles não deixam de acontecer e de expor nossas crianças ao risco de ter sua infância violada e sua futura vida adulta problematizada por tal vivência.
Precisamos falar, ouvir e ler sobre violência sexual contra crianças, para gerarmos caminhos possíveis ao combate desse fenômeno devastador e assustador em sua insistente permanência na sociedade humana.
